sexta-feira, 2 de outubro de 2009

LENDA DE OXÓSSE!

Orixá da Caça e da Fartura !!!Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Rei então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha. Sua mãe Iemanjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Iemanjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Os Babalaôs disseram para Iemanjá preparar oferendas com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas) , èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). Iemanjá fez então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda".Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Iemanjá, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Oxósse! Oxósse!" (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje. Oxósse.

A curiosidade e a observação são características das pessoas consideradas filhas de Oxóssi, orixá também da alegria, da expansão, que gosta de agir à noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido.Oxóssi é o arquétipo daquele que busca ultrapassar seus limites, expandir seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão-de-cada dia, a alimentação da tribo costumeiramente cabe aos caçadores.Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.

IEMANJÁ A GRANDE MÃE!

Iemanjá é o trono Feminio da Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade. O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na Umbanda, a linha da Geração, em cujo pólo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Yemanjá, e em cujo pólo magnético negativo está assentado o Orixá Omulu.
Yemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a água que vivifica e o nosso amado pai Omulu é a terra que amolda os viventes. Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela se projeta e faz surgir sete pólos magnéticos ocupados por sete Yemanjás intermediárias, que são as regentes dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Yemanjá não possui aspectos negativos.
Estas sete Yemanjás são intermediárias e comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da Umbanda. Suas Orixás intermediadoras estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam como mães da "criação", sempre estimulando nos seres os sentimentos maternais ou paternais. Todas atuam a nível multidimensional e projetam-se também para a dimensão humana, onde têm muitas de suas filhas estagiando. Todas têm suas hierarquias de Orixás Yemanjás intermediadoras, que regem hierarquias de espíritos religados às hierarquias naturais.
Encontrei na Internet um texto de Wagner Borges, que condiz com a beleza espiritual de Yemanjá e, portanto, o reproduzo aqui para que vocês avaliem por si mesmos:
"EU SOU a energia de todas as mulheres.
EU SOU a fragrância que inspira os corações femininos na jornada pela existência.
EU SOU a guardiã dos mistérios da fertilidade e do amor.
EU SOU a protetora espiritual dos que são fiéis aos votos espirituais de fazer o bem e de seguir conscientemente na seara da Espiritualidade.
EU SOU Aquela que dissolve os malefícios com o poder das águas primordiais.
EU SOU aquela que inspira as danças sagradas de todas as mulheres.
EU SOU aquela que acalenta o coração feminino.
EU ESTOU no leite de seus seios e na boca de seus filhos.
EU ESTOU abraçada com seus parceiros.
EU SOU todas as mulheres, seus desejos, seus sentimentos, suas dores e seus sonhos.
EU SOU terna, dinâmica, ativa, passiva, empreendedora, romântica, sábia, trabalhadora, mãe, amiga, esposa, amante... Mulher total e incondicional!
Personifico as mulheres sagradas de todos os templos e povos.
Aqui no Brasil gosto de manifestar-me como Yemanjá, a Mãe das águas. Preste atenção na sonoridade desse nome, pois trata-se de um mantra originado nos povos antigos do Oriente. Yemanjá significa espiritualmente o poder de dissolução das emoções pegajosas. Significa o fluir das águas da felicidade que dissolvem as dores causadas pelas emoções pesadas.
Yemanjá também é dança, alegria e sorrisos. É celebração de vida, é abraço de Mãe, é ternura de mulher, é perfume de bem-aventurança, é inspiração espiritual nos trabalhos de desobsessão e de pulverização das energias pesadas.
Yemanjá, a Rainha do mar, que não gosta de ver as pessoas tristes por causa das emoções daninhas. A Senhora das águas, que orienta a todos para que sejam felizes e celebrem a vida.
Diga a todos que não vale a pena ser infeliz por causa de amores que se vão, pois enquanto permanecer a tristeza, não haverá celebração. E a vida é sagrada! Precisa ser celebrada! E a vida é maior do qualquer um que partir.
Pense no fluir das águas... na dança... no sorriso... na luz de Yemanjá!" Yalorixá Katia

LENDA DE IFÁ!

Lenda - "Ifá era muito pobre e vivia da pesca. Então fez um trato com Legbá - o mensageiro celeste. Ele pediu que Exú lhe arranjasse riqueza e em troca ele seria à Exú como escravo por 16 anos. Exú, muito ladino, conhecedor das artes advinhatórias, ficou feliz em ter a companhia de Ifá. E aos poucos foi ensinando-lhe os segredos do futuro. Usava para ensinar a Ifá uns coquinhos de dendê. Mas, Ifá aprendeu tanto, que já não tinha vontade, nem tempo para limpar a casa de Exú. Um dia apareceu uma bela mulher na casa de Exú. Era Apetebi, e pediu para ajudar a arrumar a casa do Compadre. E aos poucos foi aprendendo a arte da adivinhação. Apetebi só se vestia de dourado e quando passava deixava um rastro de perfume. Ela não era outra se não Oxum. Oxum foi ensinada por lfá através do jogo com 16 coquinhos de dendê. E tanto aprendeu que Exú passou a responder a todas as perguntas da Yabá Menina".

FILHOS DE SANTO!

Filhos de Santo
Não basta ser médium, e sim educar-se no caminho da mediunidade. Não basta ser bom, mas pregar a palavra bondade. Não precisa dizer o que faz, mas, sobretudo, corrigir como faz aquilo que deixa de fazer. Mostrar o que tem de bom? Para que? Pois o importante mesmo é se conhecer, e nesse conhecimento total e profundo, ter a certeza de que se é bom, ou então, se assim não for, sentir a vontade imensa de ser. Valorizar o espírito? Depende, pois há espírito que não tem valor absoluto, a ponto de não precisar ser valorizado, principalmente por palavras sem valor. Ter boas maneiras? Isto não é de todo importante, pois bons princípios já é o suficiente. Ser de uma comunidade? Besteira, pois o interessante mesmo é ser a própria comunidade e fazer alguém pertencer a ela. Ser Filho no Santo? Somente não dá. Bom mesmo é ter o Santo, entregar seu sorriso e segurar seu pranto, pois o seu Santo é um tanto. Afinal ele é o tamanho da paz. Pedir a benção? Isso não é bom. Bom mesmo é querer sempre ser abençoado, a ponto de não precisar lembrar a Deus que te abençoe. Se vestir de branco? É inútil, pois é somente uma cor. Bom mesmo é fazer da sua alma a cor da paz e não viver com e nem como obsessor. Mostrar que tem força? Não precisa. Necessário mesmo é fortificar-se para fortalecer a quem se enfraqueceu. Saiba que incorporar somente para se sentir útil é inútil. E se depender de mim, tudo farei para lapidar o homem que Deus fez a sua imagem.