segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ORÁCULO DE IFÁ!


Oráculo de Ifá

No Candomblé, cultuar Ifá, também conhecido como Orunmilá, é fundamental. Divindade da sabedoria para os religiosos Iorubás, nada se faz sem antes consultá-lo. Seu objeto principal é o Opon Ifá, tábua sagrada onde os Odús (signos Iorubás) são marcados no pó Ierosum (pó de uma árvore sagrada, corroída naturalmente pelos cupins), constituindo-se numa espécie de enciclopédia oral das tradições dos religiosos Iorubás. Os porta-vozes de Ifá são os Babalawós, “pais do segredo” ou sacerdotes de Ifá.
O seu instrumento de culto é o Opon Ifá. O dia da semana que lhe é dedicado é a sexta-feira. Elemento: água Pedra: pérola Saudação: Ifá mó pé, Orunmilá mo pé
A Comunicação com os Orixás pode ser feita pelo Oráculo de Ifá ou pelo Jogo de Búzios. Ifá é o nome que Olodumarê, o Deus Criador, deu para Orunmilá enquanto divindade manifestada no mundo. Ifá é o Oráculo, o sistema divinatório composto de diversos métodos. Os mais conhecidos são o Opelé, o Ikin e o Merindilogun ou jogo de búzios. Orunmilá é a divindade e Ifá é o sistema onde esta divindade se manifesta. Não há Ifá sem Orunmilá e nem Orunmilá sem Ifá. Estes dois conceitos são tão intimamente relacionados que muitas vezes nos referimos a Orunmilá como Ifá. Orunmilá é a divindade da sabedoria e do conhecimento, responsável pela transmissão das orientações dos deuses e de nossos ancestrais, de maneira a permitir a cada um de nós a possibilidade de uma escolha acertada para uma vida feliz.
“Orunmilá, a Testemunha do Destino e da Criação. O segundo após Olodumarê. Aquele que estava presente, ao lado de Deus, quando a Vida, o Mundo, o Homem foi criado. Orunmilá tudo vê, tudo sabe, tudo conhece. Não há nada que tenha sido criado ou que virá a ser criado que Orunmilá não saiba antes. Orunmilá conhece a vida e conhece a morte, ele conhece a existência: o antes e o depois. Por isso ele pode ajudar.”
Orunmilá/Ifá deve ser compreendido como um sistema: é o homem e a sua ferramenta. Por vezes o homem é a sua própria ferramenta. Orunmilá é tanto humano quanto espírito. Enviado por Olodumarê para ir a diferentes lugares sempre que há necessidade para ajudar os homens a enfrentarem seus problemas, contornando obstáculos e desenvolvendo o seu bom caráter. Podemos também imaginar Orunmilá como o espírito de Olodumarê manifestado no homem.
Alguns dizem que a palavra Orunmilá deriva de Oro-Omo-Ela ou Oro= palavra/espírito, Omo= filho, Ela= Deus. Após a Criação, Orunmilá veio à Terra como a divindade encarregada por Olodumarê para ensinar os homens. Esta mensagem é Ifá, a luz, o conhecimento e a orientação da sabedoria ancestral de toda a humanidade.
“O jogo de búzios tem por finalidade identificar nosso Orixá (Ori=Cabeça (física e astral) + Isá=guardião); ou seja, problemas do plano astral, espiritual, material e suas soluções”.
O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta, quer seja; para identificar o nosso Orixá que é a mesma figura do anjo de guarda; a situação material, astral e espiritual, principalmente com relação a problemas e dificuldades. A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada a Òrúnmìlà, cujos Babalorixás, são seus porta-vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis Odús principais.
São dois os métodos divinatório conhecidos e utilizados no Candomblé, o Obi e o Merindilogun.

Merindilogun
O jogo com os 16 búzios é chamado Merindilogun, onde cada búzio representa um orixá e neste jogo a resposta dos orixás é dada por meio dos odu que são 16 mais um, correspondendo diretamente ao numero de búzios lançados, a quantidade de búzios abertos indica o odu. Os 16 odus são:
1- Okaran - Exu
2- Ejiokomeji - Ogum e Ibeji
3- Etaogundá - Obaluaiê e Ogum
4- Yorosun - Iemanjá
5- Osé - Oxum
6- Obará - Oxóssi, Logunedé e Xangô
7- Odi - oxóssi,obaluãe e Oxaguiã
8- Ejionilé - Oxaguiã
9- Osá - Iansã
10- Ofun - Oxalufã
11- Owarín - Ogum, Iansã e Exu
12- Ejilaseborá - Xangô
13- Odilobán - Nanã
14- Iká - Oxumaré e Ossaim
15- Obeogundá - Ewá, Obá, Oxumaré e Omolu
16- Aláfia - Orixalá, Odudua, Obatalá e todos os Orixás funfun

Todos nós temos um odu de nascimento, para sabe-lo basta somar os números da data de nascimento e verificar que odu corresponde. Como os odus vão de 1 a 16 é preciso somar o resultado encontrado para que ele caiba dentro desta numeração e o orixá correspondente a este numero.

Exemplo, data de nascimento dia 20 Março de1961 : 2 0+ 03+ 1 + 9 + 6+ 1= 22= 2 + 2= 4
O odu correspondente desta pessoa Irosun- Iemanja,Iansã,oxóssi e xango.
Orixá que domina os caminhos da pessoa, não é necessariamente o orixá dono da cabeça desta pessoa, esta resposta só pode ser obtida através do jogo de búzios.

Obi
O Obi que é um fruto africano de uso imprescindível no Candomblé, sem ele nenhuma obrigação é feita.
Para que a obrigação, ou outro rito prossiga com aceitação dos orixás é necessário uma resposta positiva a ser dada através do Obi.
Ele deve ser jogado antes da obrigação para saber se o ritual pode ser realizado e depois de feito para saber se foi aceito pelos deuses.
O fruto utilizado deve ser o que possui quatro gomos, chamado de Obi Abatá, sua divisão deve ser natural, ou seja é proibido o uso de faca ou qualquer material cortante, para dividi-lo em quatro partes, se naturalmente ele só contiver duas partes.
As duas metades correspondem a dois casais, caso o obi contenha mais de quatro partes, o excedente deve ser retirado, para que somente as quatro permaneçam.
O local onde o Obi será lançado deve ser plano, no chão ou sobre um prato branco, onde fundamentalmente contenha água.
As partes são lançadas simultaneamente, sem manipulação ou lançamento individual.
Uma exceção deve ser feita no uso do Obi como jogo, para o Orixá Xangô deve ser utilizado Orobô em substituição do Obi.
As caídas dos gomos de Obi tem a seguinte correspondência:

Um para cima e três para baixo: O orixá Exu é quem responde ao jogo. É necessário verificar se as obrigações a ele foram cumpridas. O zelador deve saudá-lo colocando a mão no chão e no peito por três vezes e continuar o jogo. O odu correspondente é Okaran.
Dois para cima e dois para baixo: A resposta vem de Ogum que neste caso representa o equilíbrio. O odu corresponde a Ejiokomeji.
Três para cima e um para baixo: Não é considerada uma resposta precisa, sendo assim não há autorização para iniciar nenhuma obrigação.
Todos para baixo: Uma resposta negativa.
Todos para cima: Resposta positiva para a obrigação possa ser iniciada e com êxito. O odu correspondente é Aláfia.

Odus, os signos do Candomblé
o instante em que nascemos e respiramos pela primeira vez, todas as energias do universo material e imaterial ligam-se ao nosso corpo. Forma-se nesse instante, um padrão de energias Divinas, Astrais e Numerologias que é único para cada indivíduo. Nesse mesmo instante, é traçado o Odú dessa pessoa. O termo Odú, no Candomblé, significa caminho ou destino.
Os Odús constituem por assim dizer os signos do Ifá - o Deus da adivinhação no Candomblé.
Os Odús são a linguagem dos Orixás. Quando o Babalawó - o sacerdote de Ifá - lança os búzios no tabuleiro, cada configuração corresponde a um Odú diferente, regido por determinado Orixá ou grupo de Orixás.
Olorum, o Deus todo-poderoso, criou os 16 Odús principais, os 16 destinos possíveis. Cada um deles desdobrou-se em 16, chamados Omo-Odú, totalizando 256 Odús.
Os principais delineiam a situação, objetivo, virtude e defeito. Eles foram criados para dar corpo aos adjetivos bom, mau, feio, bonito, forte, fraco, triste, alegre e assim por diante, influenciando no comportamento de tudo que tem vida. Cada um deles tem uma explicação definida:

1 - OKANRAN - A Insubordinação
2 - EJI-OKÓ - A Dúvida
3 - ETÁ-OGUNDÁ- A Obstinação
4 - IROSUN - A Calma
5 - OXÉ - O Brilho
6 - OBARÁ - A Riqueza
7 - ODI - A Violência
8 - EJI-ONÍLE - A Intranquilidade
9 - OSSÁ - A Alienação
10 - OFUN - A Doença
11 - OWANRIN - A Pressa
12 - EJI-LAXEBORÁ - A Justiça
13 - EJI-OLOGBON - A Meditação
14 - IKÁ-ORI - A Sabedoria
15 - OGBÉ-OGUNDA - O Discernimento
16 - ALAFIA - A Paz

Ao criar os 16 destinos possíveis, Olorum objetivou proporcionar personalidade a tudo aquilo a que ele deu vida. Criou a terra, a água, o ar e o fogo - os quatro elementos da natureza. Os elementos provenientes destes quatro elementos, formam as demais coisas vivas.Cada elemento principal esta ligado a quatro ODÙS, que estão assim distribuídos:

- Terra: IROSUN, OBARÁ, EJI-LAXEBORÁ e IKA-ORI
- Água: EJI-OKÓ, OXÉ, OSSÁ e EJI-OLOGBON
- Ar: EJIÓNÍLE, OFUN, OGBÉ-OGUNDA e ALAFIA
- Fogo: OKANRAN, ETÁ-OGUNDÁ, ODI e OWANRIN

Cada Odú com os seus objetivos, criou os seus filhos, Omo-Odú, 16 para cada um dos 16 principais, o que equivale a dizer: 16 caminhos para os 16 destinos criados.
Os seres humanos são regidos por três Odús: Ori-Odú - o que rege a cabeça; Otu-Odú - o do lado direito e Ossi-Odú - o do lado esquerdo. Também sofremos influência dos Odús-Paridores, os Odús do nascimento. São eles que vão definir a nossa vida, mostrando o caráter, a saúde, a sorte, etc.
A estrutura litúrgica do culto aos Orixás no Candomblé pode ser resumida como o processo de, ritualisticamente, acumular, e em seguida transmitir, Axé para os filhos-de-santo nestes três níveis: o ciclo anual de ‘firmeza’ da casa, o ciclo mensal de realimentação energética dos fetiches e dos abôs, e o ciclo diário das obrigações individuais decorrentes da iniciação.
No centro de todas essas relações que compõem a ‘economia energética’ do candomblé está Ifá, o Orixá da adivinhação. O jogo oracular mais comum é constituído por l6 búzios (pequenas conchas). O Pai ou Mãe-de-santo agita os búzios nas mãos e lança-os dentro de um círculo, formado por colares de diversos Orixás. O búzio pode cair ‘aberto’ ou ‘fechado’, ou seja, com a sua face onde há uma fenda ou com o lado liso. Cada uma dessas ‘caídas’ é uma manifestação de um orixá e tem um significado próprio, já que, conforme a ordenação resultante, se pode determinar qual dos Orixás está a responder.
Todos os aspectos da vida são susceptíveis de codificação por cada um dos orixás que se manifestam no jogo. Os deuses tornam-se assim o princípio de classificação dos acontecimentos: cada um governa um acontecimento-tipo. Além da ordenação dos búzios (abertos e fechados), que determina a entidade que preside a cada resposta, a configuração - ou o modo particular como os búzios se distribuíram geometricamente no espaço - também é fundamental para a leitura, pois corresponde à ‘organização energética’ do inconsciente do indivíduo frente a uma força matriz.
Ao conjunto dos dois fatores, ordenação e configuração, chama-se Odú ou sina.
O Sistema de Ifá, embora bastante contestado por pesquisadores posteriores, configura-se na relação recolhida e apresentada por Roger Bastide e Pierre Verger, que hoje é utilizada e até citada por vários adivinhos.
ENTIDADE
BÚZIOS
Exú
01 abertos e 15 fechados
Ibeji
02 abertos e 14 fechados
Ogum
03 abertos e 13 fechados
Xangô
04 abertos e 12 fechados
Iemanjá
05 abertos e 11 fechados
Iansã
06 abertos e 10 fechados
Oxóssi
07 abertos e 09 fechados
Oxalá
08 abertos e 08 fechados
Obá
15 abertos e 01 fechados
Oxumaré
14 abertos e 02 fechados
Omulú
13 abertos e 03 fechados
Ossaim
12 abertos e 04 fechados
Logun Edé
11 abertos e 05 fechados
Oxum
10 abertos e 06 fechados
Nanã
09 abertos e 07 fechados
Lance nulo
16 abertos ou fechados

Assim, a ordenação aberto-fechado determina qual o Orixá que está a falar, e a configuração espacial dos búzios indica o que ele está a dizer. Através de sucessivas jogadas, chega-se então a uma espécie de inventário do que está a acontecer à pessoa, não apenas em relação aos seus Orixás tutelares, ‘os donos da sua cabeça’, mas também como outras entidades estão a influir positiva ou negativamente na sua vida, quais são as suas tendências recorrentes e as possibilidades diante do destino. Geralmente são propostos trabalhos e obrigações para o reequilíbrio energético.
As respostas são decifradas através de lendas e das histórias dos deuses - que são transmitidas de geração em geração através da tradição oral. Por isso, ‘jogar búzios’ requer não só bastante intuição para interpretar as diferentes configurações formadas pelas forças-matrizes, mas também um conhecimento oral do conjunto da tradição mítica dos Orixás e do seu universo simbólico.
Os sacerdotes de Ifá são, originariamente, chamados Babalawós. Eles eram os historiadores orais da cultura Africana. A sua iniciação era muito mais complexa que as outras, pois não envolvia a identificação com um único arquétipo, e o desenvolvimento das suas características na personalidade do iniciando, mas sim o aprendizado de séculos de conhecimento armazenado pelo culto. Hoje, os zeladores de santo em geral manejam o oráculo.
Mensagens dos orixás
1. OKANRAN MEJIRegente: Exú Elemento: Fogo
As pessoas com este Odú são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. O seu temperamento explosivo faz com que raras vezes actuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.
2. EJIOKO MEJI Regente: Ogum com influências de Ibeji e de Obatalá Elemento: Ar
As pessoas com esse Odú são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar a obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, que são os seus pontos vulneráveis.
3. ETAOGUNDÁ MEJI Regente: Obaluaiyê com influência de Ogum Elemento: Terra
As pessoas com este Odú, em geral, vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas actividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, são propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam recuperar-se com facilidade de qualquer doença. Os seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.
4. IROSSUN MEJI Regente: Oxóssi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã e Egun Elemento: Terra
As pessoas com este Odú são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois o seu ponto vulnerável é o estômago.
5. OXÊ MEJI Regente: Oxum com influências de Iemanjá e Omulú Elemento: Água
As pessoas com este Odú têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e destacam-se em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar a sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência de se vingarem quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.
6. OBARÁ MEJI Regente: Xangô com influências de Exú, Iansã, Oxóssi, Ossaim e Logun Edé Elemento: Fogo
As pessoas com este Odú têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas com a Justiça. Mas são com frequência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar-se sobre os seus projetos e a determinar por onde começá-los. O seu ponto vulnerável é o sistema linfático.
7. ODI MEJI Regente: Obaluaiyê com influências de Exú, Oxalufã e Oxumaré Elemento: Terra
As pessoas com este Odú são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão leva-as a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram divertir-se, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Os seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.
8. EJONILÊ MEJI Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxóssi Elemento: Ar
As pessoas com este Odú são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem-se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e vestir-se de branco nas sextas-feiras. O seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.
9. OSSÁ MEJI Regente: Iemanjá com influências de Xangô, Ossaim, Oxóssi e Iansã Elemento: Água
As pessoas com este Odú são líderes natos, mas o seu autoritarismo cria-lhes sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Os seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.
10. OFUN MEJI Regente: Oxalufã com influências de Xangô e Oxum Elemento: Ar
As pessoas com este Odú são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Os seus pontos vulneráveis são o estômago e a pressão arterial.
11. OWRYN MEJI Regente: Iansã com influências de Exú, Ossaim e Egun Elemento: Fogo
As pessoas com este Odú têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé levam-nas a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam por encontrar a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Os seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.
12. EJI-LAXEBARÁ Regente: Xangô com influências de Logun Edé e Iemanjá Elemento: Fogo
As pessoas com este Odú têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestáveis, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. O seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.
13. EJIOLIGIBAN MEJI Regente: Nanã com influência de Obaluaiyê Elemento: Terra
As pessoas com este Odú aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, a sua profunda fé acaba por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, destacam-se nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Os seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.
14. IKÁ MEJI Regente: Oxumaré com influências de Ossaim e Nanã Elemento: Água
Belas e sensuais, as pessoas com este Odú têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e destacam-se na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Os seus pontos vulneráveis são as articulações que lhes podem causar problemas de locomoção.
15. OGBEOGUNDÁ MEJI Regente: Obá com influências de Ewá Elemento: Água
As pessoas com este Odú são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua a sua a agressividade e o seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.
16. ALÁFIA ONAN Regente: Ifá Elemento: Ar
Calmas, racionais e espirituais, as pessoas com este Odú têm domínio sobre as suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

GUERREIRAS DA LUZ!

ATUAÇÃO DOS EXUS NA UMBANDA!

A ATUAÇÃO DOS EXUS
Os Exus, em geral, sob a nossa ótica, não são bons nem ruins, são apenas executores da Lei. Ogum, responsável pela execução da Lei, determina as execuções aos Exus.
A maneira dos Exus atuarem, às vezes nos chocam, pois achamos que eles devem ser caridosos, benevolentes, etc. Mas, como podemos tratar mentes transviadas no mal ? Os exus usam as ferramentas que sabem usar : a força, o medo, as magias, as capturas, etc. Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem "amor", mas eles, sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue nas trevas.
Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não auxiliam aqueles que querem "cair" nas trevas.
Quando a Lei deve ser executada, Eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer. Há um ditado muito providencial que diz : "Cuidado com o que se pede a um Exu, pois poderá ser atendido. "Ou seja, se um Exu se manifestar e pedirmos que ele faça o mal, ele poderá faze-lo, mas ou porque ele sabe que esse mal retornará a quem o pediu ou porque não tem noção do que está fazendo (um exu pagão).
Os exus, como executores da Lei e do Karma, esgotam os vícios humanos, de maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, da mesma maneira que a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos com eles mesmos. Um exemplo, para ilustrar :
Uma pessoa quando está desequilibrada no campo da fé, precisa de um tratamento de choque. Normalmente ela, após muitas quedas, recorre a uma religião e torna-se fanática, ou seja, ela esgota o seu desequilíbrio, com outro desequilíbrio : a falta de fé com o fanatismo. Parece um paradoxo ? Sim, parece, mas é extremamente necessário.
Outro exemplo é o vicio às drogas, onde é preciso de algo maior para esgotar este vicio : ou a prisão, a morte, uma doença, etc.
A Lei é sempre justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espirito do mal caminho. E são os exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.
Os Exus, estão, ligados de maneira intensiva, com os assuntos terra-a-terra (dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, Eles executam aos diversos pedidos materiais dos encarnados.Os Exus tem sob o domínio todas as energias livres, contidas em : Sangue, cadáveres, esperma, etc. Por isso, seus campos de atuação são : cemitérios, matadouros, prostíbulos, boates, necrotérios, etc. Eles lá estão, porque frenam (bloqueiam) as investidas dos kiumbas e espíritos endurecidos que se comprazem nos vícios e na matéria.
O kiumbas, seres astutos, conseguem se manifestar como um exu, num terreiro muito preso às magias negras e assuntos que nada trazem elevação espiritual. Ao se manifestarem, pedem inúmeras oferendas, trabalhos, despachos, em troca destes favores fúteis. Normalmente eles pedem muito sangue, bebidas alcóolicas e fumo. Chegam a enganar tanto (ou fascinar) que fazem as mulheres que procuram estes "terreiros", pagarem as suas "contas" fazendo sexo com o médium "deles". Ou seja, eles vampirizam o casal, quando o ato sexual se efetua.
Mas, e os verdadeiros exus deixam ? É uma pergunta que comumente fazemos, quando estes disparates ocorrem. Os exus, permitem isso, para darem lição nestes falsos chefes de terreiros ou médiuns. Como disse, os métodos dos exus, para fazer com que a Lei se cumpra, são variados. Muitas vezes, também, a obsessão é tão grande e profunda que os exus, não podem separar de uma só vez obsedado e obsessor, pois isso causaria a ambos um prejuízo enorme.
Outras vezes, os exus, deixam que isso aconteça, para criar "armadilhas" contra os kiumbas, que uma vez instalados nos terreiros, são facilmente capturados e assim, após um interrogatório, podem revelar segredos de suas organizações, que logo em seguida, são desmanteladas. Alguns terreiros, depois disso, são também desmantelados pelas ações dos exus, causando doenças que afastam os médiuns, as pessoas, etc.