domingo, 8 de novembro de 2009

OXUM A MENINA DOS OLHOS DE IFÁ!!!!!!!!!

Oparà ou Apará - qualidade de Oxum, em que usa um abebé e um alfange (adaga) ou espada. Caminha com Oya Onira que muitas vezes são confundidas. Diferente das outras Oxuns por ter enredo com muitos Orixás, vem acompanhada de Oyá e Ogum.
Oxum é a alegria do sangue das mulheres fecundas. Até mesmo Oxalá teve que se curvar a seu poder. Conta uma lenda que existia uma Sacerdotisa, de nome Omo Osun (filha de Oxum), que era encarregada de cuidar dos paramentos de Oxalá. Havia muitas mulheres com inveja dela que, para criar caso, jogaram a Coroa de Oxalá no rio.
A Omo Osun conseguiu encontrá-la na barriga de um peixe. Suas rivais fizeram um grande feitiço e no meio da festa na hora em que deveria levantar-se para saudar Oxalá, ela não conseguiu. Seu corpo aderira ao assento. A sacerdotisa fez tanta força que acabou se levantando, mas parte de seu corpo ficou na cadeira. O sangue jorrou, manchando os paramentos de Oxalá. O vermelho é um dos tabus ou quizilas do Grande Deus da Cor Branca, que se mostrou extremamente irritado, e Omo Osun, envergonhada fugiu. Todos os orixás fecharam-lhe as portas. Somente Oxum a acolheu e transformou as gotas de sangue em penas de papagaio, pássaro de Oxum chamado Odidé. Os orixás sabendo da narrativa, foram até a Deusa das Águas Doces. O último foi Oxalá, que em sinal de respeito e submissão ao poder feminino, prostrou-se aos seus pés. Colocou na testa dela uma pema vernelha e declarou que as iaôs que não usarem ecodilé (penas de papagaio) não serão reconhecidas iaôs. Por isso que as noviças no fim da iniciação, usam uma pena vermelha. Existem vários tipos de Oxum, e dizem que as mais velhas moram nos trechos mais profundos dos rios, enquanto as mais novas nos trechos mais superficiais. Entre as várias existem três que são marcadas como guerreiras (Apará, a mais violenta, IêIê Kerê, que usa o Ofá de Oxóssi e caça ao lado dele nas matas e IêIê Apondá, que usa uma espada), mas em geral são são pacíficas não gostando de lutas e guerras, como Obotó, Abalô e Bauila, a menina dos olhos do velho Oxalufã. Sendo a mais bela das Orixás, é considerada a Deusa da beleza, e também a deusa das artes e de tudo onde a estética seja importante. Tudo o que é feminino é atribuído a Oxum: a denguice, o disfarçar de uma inteligência viva numa aparente visão sonsa e despreocupada do mundo, e também a magia. A ela são atribuídos poderes de feiticeira, de facilidade de comunicação entre ela e os que possuem esse tipo de poder. Nos assentamentos de Oxum, além das quartinhas, pratos, vasilhas com água , que são comum a todos os orixás, costuma haver flores, perfumes e até bonecas. É sem dúvida a figura do Panteão Africano que menos é dada a explosões temperamentais. Costuma usar a força dos outros orixá contra eles mesmos. Por mais que Iansã seja a companheira que luta ao lado do companheiro, não há dúvidas de que Oxum é a preferida. Ela é o repouso Guerreiro, habilidosa nas artes eróticas. Sua dança sensual, as vezes representa a descida perto da fonte, o banho, o prazer de ser bonita e desejada. Oxum é aquela que sempre esconde o jogo, o rio cujos movimentos só podem ser conhecidos se nele mergulharmos.
A dança de Oxun é mímica da mulher faceira, que se embeleza e atavia, exibindo com orgulho colares e pulseiras tilintantes. Diante do espelho, sorri, vaidosa e feliz, por se ver tão linda e sedutora.E é com muito dengo que ela se olha no abebê.
Essa doçura de encanto feminino, porém, não revela a deusa por inteiro. Pois ela é também guerreira intrépida e lutadora pertinaz.
QUALIDADES de OXUM
Abalu (a mais velha de todas)Abalô (carrega xangô como juntó)Jumu ou Ijimu (a mãe de todas,estreita ligação com as Ìyámi)boto ou Oxogbo (feminina e coquete,ajuda as mulheres terem filhos)Opara ( carrega uma oyá))Ajagura (guerreira)Yeye Oga (velha e enquizilada)Yeye Petu Yeye Kare (guerreira)Yeye Oke (guerreira)Yeye Oloko (vive nas florestas)Yeye Opanda (esposa de Oxóssi Ibualama, guerreira e porta um leque)Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete)Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher de Ogum )Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce sobre a cabeça de suas filhas)Yeye Odo (dos perdões)
Saudação: ORI IEIÊ Ô (Salve Senhora da Bondade e da benevolência) Ai iê ieu Mamãe Oxum Anuncia sua presença com um zumbido anasalado. Yalorixá Katia D'Oxum
ORAÇÃO PARA OXUM
Dourada é a tua de luz Assim como o ouro que te pertence. Derrama a tua pureza cristalina, Orixá das águas doces. Não permitas que neblina alguma Obscureça o meu desejo mais profundo, Que é conseguir amor mais verdadeiro, Seguro, eterno e duradouro. Estás presente nas cachoeiras, Que são sagradas por si só. Portanto, faze com que se apague Todo sentimento se eu sofrer. Não verterei nenhuma lágrima por aqueles Que não me correspondem no amor. Não sofrerei por ninguém Que, com mentiras, me faltar com o respeito, Porque não permitirás que Frieza, inveja ou ciúmes me traiam. És doce, protetora, Suave e vaidosa, Feminina e sedutora. Ó mãe Oxum! Dá-me o teu axé, Dá-me a tua força, dá-me a alquimia Como o néctar mais sublime, Para eu saber como respeitar e venerar. No mel está o teu segredo, Que eu saberei utilizar.
ORAÇÃO PARA OXUM
Que Oxum me dê serenidade para agir de forma consciente e equilibrada.Tal como suas águas doces – que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar – assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem arrependimentos.
Ora Ye Yêo Oxum!!!!
Oxum Apará De temperamento forte...entrelaçado com a doçura! São pessoas muito determinadas, altivas, pouco carinhosas, mas que vem sempre na defesa de quem ama. Normalmente muito espiritualizada e de caráter bem definido..
O ARQUÉTIPO DE OXUM
.As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.
Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura.
Assim a cidade fica livre da fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior, para suplicar ajuda. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare. Indignada por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro.Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína. Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento alheio.Assim ela o faz quando Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare, para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare.Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olodumare para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a querida Oiá.Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada para então calar-se. E assim Oxum torna-se "senhora de tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá femino) jamais o fora".A vontade de conhecer os segredos do destino faz com que Oxum, esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para esse fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. É desse modo que aprende a arte da adivinhação com Exu, e as roupas de Obatalá, e as vestes do "Senhor do Pano Branco" pelo segredo do Ifá.
Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são ingredientes do sucesso deste orixá. No amor Oxum é ardorosa, de tão formosa e quente que é. Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado.Ela livra seu querido Oxósse do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la. Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada.Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba odiada por ele.Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os deuses em seus corpos.Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de ecodidé (pena de um passáro sabrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade.