sábado, 17 de outubro de 2009

FUNDAMENTOS SAGRADOS DA UMBANDA!

“UMBANDA TEM FUNDAMENTO É PRECISO SABER PREPARAR”
Nós umbandistas temos muito que fazer em nome de nossa religião, tamanha é a falta de conhecimento, infelizmente sofre tantos preconceitos.
Mas a Umbanda Sagrada é uma religião de tamanha grandeza e tão cristalina que quando bem estruturada, dentro de seu propósito, tendo em seu alicerce a Espiritualidade Maior que nos orienta e nos conduz e a proteção de nosso Pai Olorum, nos dedicamos com muito amor, formamos um exército forte e guerreiro em direção a Luz.
Sabemos que nossa trajetória aqui na terra é muito passageira por tanto,muito temos que fazer em um todo. Isso alem de muito estudo doutrinário, tem de expressar na conduta, sendo que a garantia do respeito aos princípios e a sua colocação em prática, requer moral, disciplina doutrinaria e individual, ensinamento, partilharmos conhecimentos adquiridos e verdadeiro, formando assim um conjunto de aprendizado e irmandade, pois somos irmãos e uma grande família.
Fazer parte desse exército requer muito mais! É necessário a sinceridade para consigo mesmo, olhando para dentro de si mesmo e tendo a capacidade de transceder o próprio Ego, onde seu “Eu” é o irmão de jornada.
Requer ainda, a conscientização de que o médium deve estudar muito, para aprender melhor o que seus guias lhe passam na vivência do fenômeno mediúnico e com isso, obter conhecimentos verdadeiros e concretos baseados na Doutrina da Verdadeira Umbanda Sagrada e seus Mistérios.
Os terreiros ou Abassás são verdadeiros Templos onde habitam Olorum e seus mistérios sagrados, na prática cotidiana é preciso que sejam modelos de virtude desta Doutrina de Umbanda.
A natureza, principalmente em seus pontos de força, é o espaço sagrado do Umbandista. Pela dificuldade de se cultuar Deus e Suas Divindades nos santuários naturais, foram criados os Templos.
Um templo tem uma função nobre, muito maior do que podemos imaginar ou ver com olhos carnais. Existe dentro do Templo um campo eletro-magnético criados pelas Irradiações Divinas que o inundam de essências religiosas despertadoras da fé. No seu lado etérico ou espiritual, cada Templo assemelha-se a uma célula viva, que ora se expande, ora se contrai, de acordo com as necessidades. Nossos Templos são espaços consagrados às Divindades e aos rituais religioso da Umbanda Sagrada.
O espaço físico do Templo acolhe aqueles que ali trabalham e os freqüentadores de suas atividades. Mas, cada Templo tem seu correspondente no espaço etérico, seu grau vibratório e magnético, semelhante a uma tela vibratória. Nesse espaço etérico específico, ressonarão todas as ações voltadas ao bem geral, iniciadas dentro do Templo, protegidas, amparadas e estimuladas pelos membros espirituais.
Sagrado é o Templo e sagrado deve ser os seus filhos umbandistas; silencioso e respeitoso, intregando-se em espírito às coisas de Deus Olorum e tornando-se Seu manifestador.
Nosso Templo é um espaço sagrado devemos ser reverentes, termos uma boa postura e religiosidade.
Sempre que adentramos em um Templo, devemos pedir licença e comportarmo-nos religiosamente, principalmente se ele for de nossa religião, pois é o local onde nos conectamos com o Divino Criador.
Não devemos levar nossos vícios para os espaço sagrados, devemos atermo-nos a nossa conduta nesses locais, que deve ser de extrema cerimonialidade, cuidado e respeito. Esse lugar é incompatível com conversas, brincadeiras, mexericos, comércio, vícios, futilidades, lixos e qualquer outra inconveniência. O Abassá (terreiro) é um espaço sagrado e não um clube de amigos.
Todos devem estar irmanados no amor, na fé e nas atitudes, pois a postura é o modo pelo qual Deus Olorum se manifesta por meio de cada um, para o seu semelhante. Portanto, nossa postura deve ter coerência com o “espelhar o Pai”.
Os praticantes de uma religião são membros de uma família e, em uma família desunida e em desarmonia, não se podem realizar grandes coisas. Portanto não deve haver conflito de autoridade, desrespeito com o chefe da casa, pois existe uma grande hierarquia e a autoridade máxima no espaço físico são os grandes sacerdotes Pai ou Mãe de Santo ( Babalorixás e Ialorixás ), jamais devemos ser desrespeitosos com os irmãos ou com o público.
O corpo de trabalho, além das atitudes adequadas, tem de estar em prontidão, em sintonia com o Chefe da casa. Deve ter a compreensão profunda do momento sagrado e bastante clareza da fronteira entre o profano e o sagrado.
No que diz respeito a infra-estrutura, temos consciência de que a maior parte de templos de Umbanda são pequenos, mas pequenos, médios ou grandes, todos precisam ter uma infra-estrutura adequada, como seu espaço, seus utensílios, seus médiuns e demais colaboradores, devidamente preparados.
Um Templo é uma organização e, como tal, tem de ter qualidade. Em uma organização ninguém pode responder “não sei”. Todos devem estar orientados, para que, ao receber qualquer pergunta por parte da assistência freqüentadores,possam responde-las ou leva-los até quem pode resolver seu problema.
A preparação do corpo mediúnico começa pelo esclarecimento sobre doutrina umbandista, a mediunidade, principalmente, sobre a importância do médium e do seu comportamento e concentração, antes, durante e depois dos trabalhos.
Os pontos importantes para a preparação corporal, mental, emocional e espiritual dos médiuns, requerem muita responsabilidade e grande propósito.

CONDIÇÕES PARA O TRABALHO ESPIRITUAL!

CONDIÇÕES PARA O TRABALHO:
Os dias de trabalho são especiais e sagrados e os médiuns devem conscientizar-se disso. É necessário ter um dia o mais tranqüilo possível; evitar, ao máximo, aborrecimentos e discussões; ter muito cuidado com o que fala ou pensa, não se envolver em fofocas, ou intrigas, nem trazer esse tipo de assunto para dentro do Templo. Todo médium precisa estar bem, calmo, equilibrado e asseado, para que recebe adequadamente as entidades e estas possam usam as boas energias dele, para atender e cuidar dos consulentes e dele próprios que pode que pode deve sair revigorado do trabalho.
Os guias percebem tudo o que sentimos e pensamos. Os espíritos elevados não aceitam atitudes erradas, piadas chulas, depreciação do outro e sentimentos negativos. Se um médium adotar um mau comportamento, não conseguirá uma sintonia com os guias de luz que se afastam e, em seu lugar são atraídos espíritos zombeteiros, que causam erros e transtornos.
Caso o médium tenha um dia agitado, por várias situações, deve chegar ao Templo com tempo suficiente para relaxar, acalmar-se e, se necessário, pedir alguma ajuda ao dirigente. Caso não esteja em condições de trabalhar, não o faça. Fique para os rituais, mantenha-se concentrado, tome um passe e permaneça em silêncio, em um local onde não atrapalhe o andamento do trabalho
PREPARO PARA O (TOQUE) DIA DE TRABALHO:
Nos dias de trabalho, tomar banhos de ervas, antes de acender a vela para o Anjo de Guarda. Os banhos podem ser apropriados para cada um, de acordo com seu orixá de cabeça, ou se o mesmo não for conhecido, poderão ser feitos os banhos de defesa indicados a todos, de acordo com a orientação da casa.
O banho de defesa, ou o que foi determinado pelos guias, poderá ser tomado antes da cerimônia ou no mesmo dia pela manhã. Para os banhos, ferver água em um vasilhame e colocar um número ímpar de ervas, abafando-as. Deixar esfriar naturalmente e, após o banho de higiene, derramar o preparado de ervas do ombro para baixo ou segundo a orientação do dirigente da casa. Exemplo de ervas: arruda guiné, alecrim, manjericão, alfazema, sálvia , hortelã, tapete de Oxalá, malva, colônia, abre-caminhos, quebra-demandas, etc.
O banho de sal grosso, ser utilizado, quando o médium se sentir sobrecarregado. Logo no dia seguinte, deverá tomar um banho de ervas. Em caso de não haver condições para o preparo de banho de ervas, utilizar sabonete com ingredientes vegetais, pois o campo áurico é trabalhado pela espuma.

ATENÇÃO MÉDIUNS DE UMBANDA!

OS MÉDIUNS NA UMBANDA
Seres de luz têm comunicado que espíritos trevosos, malfeitores e obsessores que perambulam pela Terra, têm reencarnado, pois foram abertas comportas do astral inferior. Esses seres são rebeldes, viciados, desregrados, tiranos, perversos e inescrupulosos, almas sedentas de prazer, paixão e vingança, que se atiram com avidez sobre a humanidade, revelando vícios e taras estranhas e cometendo crimes aviltantes. Com isso, a humanidade vai se pautando por sensações inferiores, pela sedução de fortuna e de luxo, ficando cada vez mais neurótica, aflita e desesperada
Contra essa carga magnética inferior planetária, tem ocorrido a eclosão da mediunidade, para a cooperação espiritual na redenção dos irmãos, desencarnados, confortando os sofredores, comovendo os obsessores obstinados e orientando os irmãos confusos. O “cavalo” médium de Umbanda é o ponto de apoio das entidades, em sua luta ferrenha contra os poderosos agrupamentos e falanges das trevas. Mas o médium pode ser o mais necessitado de recuperação espiritual, principalmente se a sua compostura moral for inferior à sua desenvoltura mediúnica. Ele deve apurar os seus atributos de elevação espiritual, para ser portador de valores úteis e bons para ofertar ao próximo.
Na preparação de sua reencarnação, o espírito, que virá para a matéria com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe um complemento de energia vital eletromagnética no seus chacras, que permitirá aos guias atuarem mais intensamente nas regiões dos plexos, facilitando-lhes o domínio do corpo físico do médium e possibilitando-lhes assumir suas principais características, com seu gestual e linguajar próprios.
Essa energia também é fundamental para que o médium umbandista possa suportar a difícil tarefa que deverá desempenhar nos entraves com o baixo astral, com os espíritos cruéis que manipulam as forças ocultas negativas, com os trabalhos de magia negra, com as demandas e energias negativas em geral. Essa é uma das principais funções do médium de Umbanda, ou seja, atuar contra esse submundo do baixo astral, contra as vibrações e ataques das falanges negras. O êxito ou prejuízo do intercâmbio mediúnico depende principalmente do estado espiritual do médium, que, em seu desenvolvimento, precisa dar atenção à sua higiene física, moral e espiritual, para ter condições de desempenhar suas tarefas. Deve resguardar-se, defender-se e limpar sua aura, utilizando-se dos elementos da Natureza, em seus banhos de defesa com ervas, no uso de essências, defumações e outros.
ASSUMIR CONSCIENTEMENTE SUA MEDIUNIDADE E SABER LIDAR COM ELA
É preciso ter consciência de que a mediunidade não limita o ser nem escraviza ninguém, apenas exige do médium uma conduta de acordo com o que esperam os espíritos que atuam no plano material através dele, para socorrer os encarnados.
O médium de Umbanda deve entender que é um “templo vivo”, no qual se manifestam os sagrados orixás e seus irmãos em espírito, para melhor cumprirem suas missões, junto aos irmãos encarnados.
O médium deve assimilar a inovação que seu campo biopsíquico-espiritual está recebendo, sem criar confusões, para que não ocorram conseqüências desastrosas em sua vida e na vida daqueles que necessitam da orientação de seus guias.
Deve entender que como “templo vivo” foi ungido para as práticas religiosas e precisa cumprir suas funções e realizá-las.
Médium consciente:- O médium consciente faz a captação da mensagem da entidade e a decodifica, telepaticamente. O médium recebe e transmite segundo sua compreensão psíquica varia de acordo com o equilíbrio ou desequilíbrio de sua personalidade. É preciso deixar que o Guia conduza as consultas. Não interferir nem julgar os problemas dos consulentes, nem absorve-los para si.
BUSCAR A ENERGIA DE FORÇA VITAL POSiTIVA
Essa energia está em sua essência. Sua mediunidade deve ser um instrumento para alcançar a sabedoria interior, por meio do afloramento dos estados evolutivos do eu, seguindo um processo de crescimento espiritual de integração com as energias vibrantes magnéticas e luminosas, recebidas do plano espiritual.
Nem todos conseguem incorporar os seus guias, pois suas mentes criam bloqueios que impedem uma incorporação. Ser um médium de incorporação exige um reajustamento íntimo de tal natureza , que mentalmente é preciso se colocar numa vibração na qual tudo flua naturalmente.
MANTER A HARMONIA ENTRE SUA VIDA INTERIOR E EXTERIOR
Quando há desarmonia entre o exterior e o interior do médium, sua dor emocional pode se manifestar na sua consciência exterior, de tal modo que o médium acaba perdendo o equilíbrio psíquico, deixando vir à tona quadros mentais que destoam da mediunidade propriamente dita. Estando em desequilíbrio, naturalmente, com isso, acabará por transmitir idéias contrárias ao teor da orientação espiritual ali necessária.
NÃO PERMITIR A INTERFÊRENCIA DAS DIFICULDADES MATERIAIS
As dificuldades matérias são temporárias e, assim que o médium superá-las, recuperará seu entusiasmo e desejo de ser útil aos semelhantes.Portanto, o médium deve manter sua autoconfiança, amor próprio e autoestima , desenvolvendo as habilidades que o tornarão capaz de superar as dificuldades matérias que se apresentarem.
REVER-SE INTERNAMENTE, SEMPRE QUE NECESSÁRIO
Assumir quando precisar de amparo e de ajuda espiritual e psíquica. Enfrentar suas crises emocionais e/ou psíquicas sem sobrecarregar os circuitos espirituais. Manter pensamentos positivos, para bons efeitos. Tanto no corpo físico com no espírito. Há emoções que geram conseqüências drásticas e bloqueios no campo espiritual, que podem comprometer a mediunidade. O sentimento de raiva, por exemplo, drena a energia do corpo, deixando-o energeticamente anêmico. O medo, imobiliza o corpo físico, pressiona as emoções e reduz o foco do espírito. O ressentimento produz erosão energética, provocando assim a depressão de todas as funções no corpo espiritual. A culpa reduz o movimento de energia entre os órgãos e sistemas, diminuindo a capacidade física de reparar e substituir células, etc.
NÃO SENTIR CIÚME OU INVEJA DOS IRMÃOS
É preciso agradecer as oportunidades que nosso Divino Criador nos está dando para evoluirmos, de acordo com as nossas necessidades e merecimentos.
Lembrar, sempre, que somos espíritos eternos em trânsito evolutivo e que não cabe a nós conhecer ou reconhecer quem possui maior ou menor bagagem e merecimento.
CUIDAR DO SEU DOM
Dom é a manifestação superior da vida, através das vias evolucionistas dos sentidos do ser, que, se estiverem em harmonia com os princípios da Criação, fluirão naturalmente, trazendo-lhe grande satisfação. Dom não se adquire; desperta-se a partir da relação do ser consigo mesmo, com seus semelhantes e com Olorum, doador e fonte natural de todos os dons.
Essas qualidades cada um traz em si desde sua origem e também as desenvolve com sua própria evolução, nas múltiplas encarnações.
A mediunidade é um dom, é um presente recebido como forma de acelerar o processo de resgate cármico, por isso precisa ser bem cuidada e não deve ser temida. Os que temem o dom mediúnico de incorporação estão afastando de si um bem espiritual conquistado com muito esforço nas reencarnações passadas. Quando alguém desperta o seu dom, através das condutas virtuosas, é integrado na irradiação de Luz de Força do seu orixá e passa a ser um auxiliar direto da Lei Maior, um multiplicador de qualidades do seu dom, socorrendo o maior número possível de semelhantes.
RECEBER COM AMOR E CARINHO OS NOVOS MÉDIUNS
O médium é o ponto chave do ritual de Umbanda no plano material e deve ser acolhido pelos irmãos já iniciados, com atenção, carinho e respeito, pois é mais um filho de Umbanda
que é “dado a Luz” e necessita de amparo e cuidados, pois ainda é frágil em sua constituição íntima e emocional.
Deve ser ajudado e orientado no seu desenvolvimento, com maturidade, lembrando ele só conseguirá internalizar e incorporar as experiências espirituais que vivenciar em si e através de si. Não é possível aos mais velhos imporem suas experiências, mas é possível serem ótimos exemplos de religioso (a) para seus irmãos de fé.
SER DISCIPLINADO
Entende-se por disciplina o respeito à organização dos trabalhos, às normas e preceitos e o acatamento das diretrizes da sua casa e orientações do dirigente espiritual. Disciplina não é escravidão e obediência cega. É, ao contrário, autodomínio e conhecimento de si mesmo.
A pessoa verdadeiramente livre escolhe as obrigações com as quais quer e pode se comprometer, sendo então responsável por sua escolha, disciplinando-se para agir de acordo e estar à altura dela. A indisciplina mostra falta de consciência e autodomínio, imaturidade e leviandade.
AUXILIAR NOS SERVIÇOS DA CASA, CERIMÔNIAS
O médium deve estar inteiramente integrado ao seu terreiro, considerando-o sua própria casa, seu lar, colaborando para que ele prospere e cresça. Deve ter consciência do que sabe e do que não sabe fazer bem e daquilo que é necessário em cada situação, ajudando no que puder.
SER ASSÍDUO
O compromisso com a corrente espiritual significa constância e freqüência aos trabalhos do templo. A assiduidade e a pontualidade demonstram as qualidades nobres do médium. A constância mostra a evolução individual e um caráter firme determinado e perseverante.
Sempre que necessitar faltar, o médium deve comunicar de alguma maneira à direção da casa freqüentada. Mais de três faltas seguidas só são admissíveis em casos de extrema excepcionalidade.
OBEDECER
É aprendendo a obedecer que estaremos exercitando nosso conhecimento e desenvolvendo nossa evolução. Caso o médium já desenvolvido, por alguma razão tenha trocado de Centro, deve incorporal os novos valores e suas aplicações, enriquecendo ainda mais suas práticas espirituais. Depois de aceito e integrado à nova Corrente Mediúnica e espiritual, poderá oferecer seus valores para apreciação e caso sejam aceitos, serão absolvidos e integrados naturalmente às práticas da casa que o acolheu.
TER HUMILDADE
“A modéstia a tudo favorece”, diz o ditado. É preciso ter a humildade de aceitar a existência dos Guias Espirituais e outros seres e fenômenos imperceptíveis aos nossos sentidos normais, que são bem mais limitados do que normalmente se pensa, e não criar resistência quando incorporado. Se realmente compreendeu os compromissos que assumiu, jamais serSERá soberbo, orgulhoso, ou vaidoso, pois saberá que o médium não é um fim em si mesmo
SER PACIENTE E TOLERANTE
Mediunidade é sinônimo de sacerdócio e trabalho espiritual é sinônimo de atuação dos espíritos santificados no respeito e fé em Olorum e no amor à humanidade. A paciência e a tolerância são virtudes importantes para que sejamos elementos de agregação da Corrente de Trabalhos Espirituais.
VIGIAR OS PENSAMENTOS EM RELAÇÃO A TUDO E A TODOS
Procurar conhecer-se e descobrir o quanto se está realmente integrado à Corrente Mediúnica que (o)a acolheu e se foi realmente aceito (a) pela Corrente Espiritual do Abassá que freqüenta.
ZELAR PELA MEMÓRIA E TRADIÇÃO DE SUA RELIGIÃO E DE SEU ABASSÁ
É fundamental que todo médium saiba o Hino da Umbanda, os cantos (pontos)para seu orixá e Guias, os cantos de abertura, defumação, chamada, sustentação, subida e encerramento do seu Abassá.
É de extrema importância o médium acompanhar as aulas de estudos que são o alicerce, a viga mestra, que dará a sustentação e o conhecimento necessário, pois sem o conhecimento verdadeiro jamais o médium estará “pronto”
Devemos lembrar sempre que a Umbanda Sagrada tem fundamento e é preciso saber preparar.
O conhecimento, aprofundamento de estudos e esclarecimentos em geral são importantíssimos. Para que isso se realize adequadamente, é necessário que os praticantes e seguidores da Umbanda estudem em profundidade os seus fundamentos religiosos, tenham boas palavras e anulem, no seu íntimo tudo aquilo que não os engrandeça.
SUPERAR COMPORTAMENTO DA FORMAÇÃO RELIGIOSA ANTERIOR DISSONANTES COM A RELIGIÃO ATUAL.
É fundamental assumir uma postura mais afinizada com a nova condição religiosa, que é ativa e dinâmica. Não vamos ao templo
só rezar, mas, também trabalhar como membro ativo de uma corrente espiritual.
LEMBRAR QUE NA UMBANDA HÁ LUGAR PARA TODOS
Todos os trabalhos realizados em uma gira ou nas demais cerimônias são de suma importância, para que as atividades transcorram de forma harmônica e equilibrada. Portanto todas as tarefas são importantes para o bom andamento dos trabalhos, havendo uma afinidade delas reservadas ao médium de Umbanda. É só terem consciência da beleza espiritual da religião que abraçaram com fé, amor e confiança.
APRENDER PARA MELHOR AJUDAR
Não adianta ter pressa. É preciso que tudo transcorra no seu devido tempo, por meio de constante aprendizado sobre as normas e os trabalhos da casa.
INTEGRAR-SE EFETIVAMENTE AO CORPO MEDIÚNICO DO Templo
Essa integração deverá ocorrer com o desenvolvimento natural das faculdades mediúnicas.
NÃO ALIMENTAR ORGULHO
Quem se destaca como médium mais aperfeiçoado, ou cujo tempo de lapidação é mais curto que o de outrem, não se deve se orgulhar ou se envaidecer. Se galgou mais responsabilidade é porque suas forças exigem dele mais preparação par cumprir suas tarefas.
ACEITAR OS ACONTECIMENTOS COMO LIÇÕES, APRENDIZADOS
Nem sempre temos o poder de mudar os acontecimentos e as circunstâncias, mas podemos mudar nossa maneira de reagir a elas, aproveitando os acontecimentos como desafios à nossa capacidade de adaptação. Yalorixá Katia D'Oxum.

ORAÇÃO AO PAI OLORUM!

ORAÇÃO A OLORUM
Amado Senhor Deus ! Hoje nos reunimos aqui para Louvá-Lo, aclamá-lo, adorá-Lo e reverenciá-Lo com todo o nosso amor e nossa fé em Vosso poder.
Acolha-nos neste momento em Vosso amor divino e envolva-nos em Vosso manto de luz viva vivificando nossa alma imortal e inflamando em nosso íntimo a Vossa centelha viva que anima o nosso espírito.
Pai amado, misericordioso e amoroso, nós Vos amamos por serdes amoroso conosco e Vos louvamos por serdes nosso Divino Criador, o nosso Pai Eterno.
Faça de cada um de nós os Vossos templos vivos, Pai Amado e misericordioso ! Purifique-nos das impurezas, adquiridas por nós quando caminhamos pelos desvios que nos afastaram do Senhor, Pai Amado. Colha as chagas de nossa alma , ferida quando caminhávamos pelos desvios na ausência do Vosso amor e nos perdemos nos sombrios labirintos dos nossos desejos profanos! Fortaleça nosso espírito, cansado e esgotado, por ter-mos nos afastado da Vossa luz viva, Senhor nosso ! Envolva-nos com Vossas luzes viva, Senhor nosso ! Envolva-nos com Vossas luzes vivas, purifique e regenere nossa alma, nosso corpo, nosso espírito e nossa mente, fortalecendo-nos no Vosso amparo divino !
Conduza-nos para dentro dos vossos mistérios sagrados e unja a nossa alma imortal com Vossos dons divinos e eternos. Transborde em nosso íntimo e torne-nos uma extensão consciente do Vosso poder para que, assim, transbordando-o em todos os nossos sentidos, sejamos acolhidos no seio dos Vossos mistérios sagrados, Senhor nosso ! Adentre conosco no seio dos Vossos mistérios e no âmago deles, manifeste-nos, como mistérios Vossos, Senhor nosso!
Conceda-nos a honra e a satisfação de senti-Lo em nossa alma, em nosso espírito e em nosso corpo, para que nessa Vossa trindade, possamos glorificá-lo no seio dos Vossos mistérios sagrados ! Que Vós que sois o espírito dos espíritos, santifique o nosso espírito, para que santificados pelo Senhor manifestemos o Vosso poder, Senhor nosso !
Conceda-nos a honra excelsa de manifestá-lo a partir do nosso amor e nossa fé, para glorificá-lo e louvá-lo, Pai Amado e misericordioso !
Que Vós que sois a luz viva da vida, jorre de nossa alma imortal, mistérios sagrados, Senhor nosso Deus ! Deixe-nos senti-Lo, Pai amado e misericordioso !
Amém !

DIVINO CRIADOR OLORUM!


DIVINO CRIADOR OLORUM
A unidade religiosa da Umbanda está em Olorum, o Divino Criador, Deus princípio de tudo. A palavra Olorum é de origem yorubá, é uma contração de Olodumaré ( Senhor do Destino ).
Olo significa senhor e Orum o além, o céu. Olorum é o Senhor
Do Céu, infinito em Si mesmo, onisciente, onipotente, onipresente, oniquerente e indivisível. Ele é em Si toda a criação e rege tudo no Universo. Deus é UM, sempre foi e sempre será, mas muitos são os nomes pelos quais Ele é conhecido. Os nomes usados por diferentes povos e religiões referem-se simplesmente aos diversos caminhos por meio dos quais Deus manifesta a Si mesmo na Criação, para cada povo com sua cultura específica.
Deus não tem um início; é princípio, meio e fim; é o Criador, o Gerador de tudo o que existe e está tanto na Sua criação como nas criaturas e nos seres que gera. Deus é vida, é o mistério , que anima e fornece os meios ideais para que nos multipliquemos em nossos filhos, que também trazem em si a capacidade de se reproduzir, pois são gerados em um meio vivo. Olorum Senhor Supremo do Destino, é infinito em tudo e também o é nas Suas Divindades, os Sagrados Orixás. Ele as gerou em Si e elas complementam-se umas às outras na sustentação da criação divina e na manutenção dos princípios que a regem, manifestando-se através dos sentidos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração.
Os orixás são mistérios individualizados do Divino Criador, são Divindades, Tronos Sagrados distribuídos por toda Sua criação, são manifestações das qualidades divinas. Olorum é o todo e Suas Divindades são as partes formadas por esse todo
Cada divindade atua num campo só seu e em momento algum elas se chocam. Adorar as divindades significa adorar as qualidades de Deus. A magnitude, a grandeza infinita de Olorum, nos agracia e contempla com Suas divindades, pelas quais podemos perceber o quanto o Divino Criador é infinito em Si mesmo.
Portanto a Umbanda não é politeísta e os orixás não são deuses. Eles são divindades de Deus, são irradiações divinas que amparam os seres até que evoluam, desenvolvendo seus dons naturais , para alcançar seus fins em Deus. Deus se manifesta e se irradia em todos os níveis onde vivem os seres e as criaturas, através do Setenário Sagrado, os sete sentidos da vida, pelos quais fluem as essências divinas ( cristalina, mineral, vegetal, ígnea, aérea, telúrica e aquática ) que chegam até nós pelas vibrações mentais, sonoras, energéticas e magnéticas.
Olorum nos gerou em Seu íntimo e nos exteriorizou como Seus filhos humanos. Dotados com Sua programação genética humana, para que, através da nossa vivência, encontremos nossa forma pessoal de evolução e ascensão, pois só assim nos tornaremos em nós mesmos as Divindades humanas de Deus, o nosso Divino Criador.
Nós Vos louvamos e Vos agradecemos. Divino Criador Olorum
!

PAI OLORUM QUEM ÉS!

Olorum

E sua majestosa voz ecoou pelo alto, pelo embaixo, pela esquerda e a direita, pelo a frente e o atrás, pelo envolta. Por determinação do pai - mãe de Todos, uma nova religião nasceria sob solo brasileiro. Era sua filha mais nova, a Umbanda.
E um verdadeiro rebuliço começou no Orum, pois logo o mais respeitado dos Orixás se ergueu de seu Trono e disse que ele seria o responsável e sustentador maior da religião. Oxalá abençoava o nascer da mais nova filha de Olorum, e a assumia dos Seus Divinos Braços. Nela a espiritualidade e a fé estariam presentes, como aceleradora da evolução de todos. Não existiriam dogmas, e apenas um grande fundamento: Amor e Caridade.
E logo começaram a chegar os Orixás, todos também abençoando e apadrinhando a nova filha de Olorum. Ogum e Iansã, os mais emocionados de todos, diziam que protegeriam a nova religião com as armas da Lei.
E então a voz trovão de Xangô ecoou, pelos quatro cantos do Orum, dizendo que ele seria a Justiça a favor de todos. Sua palavra seria Lei, e os filhos de Umbanda nada temeriam, pois todos são filhos de Rei, o Rei Xangô.
Também apresentou a todos sua mais nova esposa, Egunitá a quente irmã mais nova de Iansã. Ela que era “fogo puro” encantou a todos, e disse que protegeria a Umbanda.
E assim a filha mais nova de Olorum ganhou seus dois padrinhos: a Lei Maior e a Justiça Divina.
Mas algo engraçado aconteceu. Muitos espíritos vindos de um dos muitos bairros do Orum, Aruanda, disseram que eles seriam os trabalhadores e a linha de frente da religião, além de assumirem a condução dos médiuns umbandistas.
Oxalá que é o senhor das formas, e pai da Umbanda, consentiu e determinou que por homenagem ao povo negro e indígena, todos assumissem a forma de Caboclos e Pretos - velhos.
E logo chegou Oxossi de uma de suas muitas caçadas, e assumiu toda a linha de Caboclos, tornando - se o Rei dos Caçadores. Distribuiu um diadema que os caboclos trazem até hoje, o diadema ganho do Rei das Matas.
E o velho Obaluayê junto de Nanã, abençoou todos os espíritos anciões que se consagravam ao trabalho da linha de pretos - velhos. Concedeu a eles a sabedoria que só o passar do tempo pode conceder. E todos se transformaram em ótimos conselheiros e curadores, principalmente das chagas da alma.
E por falar em tempo, ele também estaria presente. Oiá - Tempo (xará de Iansã – Oiá), seria responsável pelas força do tempo dentro da nova religião. E como ela é muito observadora e vamos dizer, bastante desconfiada, seria a guardiã da fé e dos processos da religiosidade. E "ai" de quem pisasse na bola da religiosidade. Lá estaria Oiá com seu olhar congelante...
Iemanjá que é uma “mãezona" queria que todos espíritos que se manifestassem para a caridade pudessem ser aceitos no ritual, sabe como é, "em coração de mãe sempre cabe mais um". E assim ficou decidido, pois ninguém tem coragem de negar um pedido da encantadora Rainha do Mar. E a Umbanda acolheria a todos, caso viessem para prestar a caridade. Surgia então, as muitas linhas de trabalho, como baianos, marinheiros, boiadeiros e os muitas vezes renegados pelo próprio povo de origem, os ciganos...
E de repente apareceu Oxum, perguntando que festa era aquela. Quando ficou sabendo que era o nascimento da mais nova filha de Olorum, começou a chorar e a abençoou com suas lágrimas que caíam de seus olhos como duas enormes cachoeiras. (ela é muito chorona, mas não gosta que a gente fale sobre isso...)
E de presente a ela, chamou Oxumaré, que transformou tudo em cores e disse que renovaria e embelezaria tudo com seu axé colorido.
E junto do seu arco – íris vieram os encantados da natureza, as crianças que seriam a alegria da Umbanda.
O “time” estava quase completo, quando da terra surgiu o amado Tata Omulu e Obá. Não muito sorridentes, para falar a verdade bem sérios e um pouco secos, disseram que também fariam parte da nova religião. Que queriam ver seus cultos renovados, e que seriam a força do elemento terra. Obá que depois de muitas desilusões, nada mais queria com Xangô, resolveu unir – se a Oxossi, e ajuda – lo a disseminar o conhecimento.
Omulu que é muito calado colocou – se do lado de Iemanjá, dizendo que a guardaria por todo o sempre. Na verdade até umas lágrimas foram vistas cair de seus olhos, negros como a noite. Ele é meio incompreendido, mas quem o conhece sabe que é o mais amoroso dos Orixás.
Todos estavam comemorando, quando não sabe - se direito porque, uma confusão começou, e ninguém mais sabia o que iria fazer. Oxalá que muitas vezes já tinha sido enganado por “ele”, não seria novamente. Logo disse:
_ Laroiê Exu! Você também é convidado a participar da nova religião. Será responsável pela esquerda de todos. Mas vai ter que seguir as Leis de Xangô, e será acompanhado de perto por seu querido irmão Ogum!
Uma gargalhada soou por todo Orum, e Exu apareceu. Junto dele a mais bela moça, Pombagira. Exu ficou feliz, disse que agora teria Pombagira para dividir seu trabalho, mas que não abriria mão de ser sempre o primeiro a ser firmado. Não porque ele era aparecido, mas sim porque era ele quem guardaria os templos e casas de Umbanda.
E muito esperto que era, disse:
_ Olha, eu vou supervisionar o trabalho junto com Pombagira. Mas vou deixar uns espíritos trabalhando com a minha força fazer o trabalho. Afinal o que o homem faz, o homem que desfaça. E também o meu irmão Oxossi é senhor da linha de caboclos, porque eu não posso ser senhor da Linha de Exu?
Bom, começaram umas discussões, mas acabou acertado que o Orixá Exu atuaria na Umbanda, a partir de sua linha de trabalho. Seria a linha que faria o trabalho pesado, além de serem os guardiões dos médiuns, e dos templos de Umbanda.

E assim todos os Orixás muito emocionados, deram as mãos e começaram a orar pelo sucesso da mais nova filha de Olorum.
E então o Pai e Mãe de Todos se manifestou:

“Meus amados filhos Orixás, a Vós eu consagro minha filha nova e dileta, a Umbanda. Que ela transforme – se em uma religião semeadora de luz, alegria e compaixão. Que seja espiritualista e universalista, que esteja aberta a todos de bom coração”.
“E que em sua pedra fundamental esteja escrito o seu único dogma: Amor e Caridade!”
E de Si Sete intensas irradiações partiram, e envolveram sua filha querida. Todos emocionaram – se e agradeceram a Olorum, por essa benção a humanidade.
Quase cem anos passaram, e a Umbanda cresceu um bocado.
Transformou – se em uma linda jovem, amorosa e alegre. Amparada por seu Pai Oxalá, e seus padrinhos, a Lei Maior e a Justiça Divina, ela vai vencendo todos os obstáculos.
Os seus trabalhadores conquistaram o coração das pessoas. Todos correm para escutar a palavra de sabedoria do preto – velho, ou a conversa pura e alegre da criança.
Os caboclos transformaram – se na linha de frente da Umbanda, trazendo as qualidades dos nossos amados pais e mães Orixás. Onde existe um Pena Branca, lá está a paz e serenidade de Oxalá. Onde trabalha um Sete Espadas, está os olhos da Lei.
Exu e Pombagira se fizeram presentes tornando – se sinônimos de proteção e cumprimento da Lei, seja na seriedade do Tranca – Ruas, no olhar penetrante do seu Capa Preta, ou na força da Rainha Maria Padilha.
Todos os espíritos podem se manifestar para a caridade, como um dia pediu a “mãezona” Iemanjá, surgindo assim a alegria dos muitos “Zés” que trabalham na Umbanda.
E principalmente a Umbanda tornou – se sinônimo de amor e caridade, de luz e evolução espiritual.
Esse texto é apenas uma fábula, uma lenda ou um Itan, que presta também sua homenagem a filha mais nova de Olorum. E um pedido para que enfim as pessoas entendam, que existe algo maior que a “minha” ou “a sua” Umbanda. Simplesmente existe A UMBANDA, filha querida de Olorum, que encanta a todos os Orixás, e enche os olhos do velhinho e amoroso Oxalá de lágrimas de felicidade e amor...

Fernando Sepe.
Obatalá – O filho de Olorum. O pai da humanidade, da nossa, é claro. Um Orixalá, isto é, aquele que está acima dos Orixás, é um grande deus. Posteriormente, ou seja, aqui no Brasil, recebeu a designação de Oxalá, termos que é uma contração do outro. Já pela influência do clero, foi “identificado” com o Senhor do Bonfim, da bahia, o mesmo que Jesus. Isso foi o começo do chamado sincretismo ou similitude. Yalorixá Katia D'Oxum.